terça-feira, 18 de maio de 2010

Chegando em Casa


Uma mulher cumprindo sua tarefa em seu trabalho numa creche; ouve conversa, vai até o corredor e vê um homem com um sorriso iluminado; a felicidade não lhe cabia no peito; queria ver seus três filhos ali recolhidos. Já em casa a mulher emocionada conta para a filha casada a linda história que ouvira; então a história se torna ainda mais linda; vou dividi-la com vocês; desde o começo:
Tenho uma funcionária a quem chamo de amiga. Ela fez inscrição para um sorteio de imóveis; são prédios com apartamentos bons feitos para a população a baixo custo, mensalidades acessíveis. Ela, como tantos outros ansiava estar entre os privilegiados, ou sortudos que receberiam as chaves de um sonho. A casa própria.
O dia chegou; dia esse que ela, e muitos outros inscritos esperavam para mudar o rumo de suas vidas. Ele se estampou límpido, com sol escaldante. Ela saiu mais cedo do serviço, com minha permissão e torcida uniu-se a alguns parentes e amigos também inscritos e lá foi com fé pegar as chaves dos sonhos. O sorteio dá início, a multidão se agita no afã de ouvir seu nome anunciado como vencedores. Não deu! Não deu para ela nem para ninguém a quem conhecia. Ela tem casa, é pequenina, precisa de reforma, mas é dela. Menos mal!
No trabalho eu notei que ela nem estava tão chateada, até elogiei sua postura diante do acontecido. Então me contou sem exitar um dos motivos de sua pronta aceitação.
Um homem, um pai cuja esposa o abandonara com os três filhos para viver com outro o ameaçava tomar as crianças caso não lhe desse o imóvel em que viviam. Atormentado, atordoado e com medo de perder seu bem mais precioso, fugiu com as crianças lhe deixando o espaço livre. No entanto, morando em lugar indevido e longe de parecer um lar, foi denunciado. Acusado injustamente por “vizinhos” alheios aos fatos, perdeu a guarda dos três filhos. Numa creche ele as visitava todos os dias aos prantos. Pai dedicado, a sorte lhe sorriu. Que sorte! Ele estava lá, ele também fizera inscrição, e no meio daquela multidão ávida para que a sorte lhes abrisse caminho, em seu caso não fora ela, a sorte não, ele teve fé e entregou seus anseios e necessidades em algo muito maior; num Deus que presenteia os retos de coração. Sem acreditar no nome anunciado em meio ao falatório, pedia para que lhe confirmassem entre lágrimas que escorriam e um sorriso de dar gosto, ”por favor, repitam, eu preciso ouvir o meu nome e saber que fui honrado!” Beneficiado com um dos apartamentos, emocionado ele foi correndo à creche avisar seus pimpolhos que logo estariam juntos novamente.
Mariana cedeu aos encantos de tal história afirmando que sua vaga fora preenchida por alguém não mais merecedor que ela mais com certeza mais necessitado, pois ele recebera algo indispensável, essencial à sua vida, um lugar onde reuniria de novo sua família. A Mariana! Ela disse de bom grado, “vou esperar minha vez, outra vez!”

Um comentário:

  1. Já diz o ditado: "Quem acredita sempre alcança"
    O homem possuía a fé em Deus e com ela chegou ao ponto desejado.
    A mulher, vendo a necessidade do moço, soube ser compreensiva e paciente, mantendo ainda a fé de que mais cedo ou mais tarde terá o sonho realizado.

    Lição do dia: Fé, paciência e compreensão.

    ")

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