quarta-feira, 30 de setembro de 2009

A Dançarina


O dom é uma dádiva na qual se nasce. Muitos levam tempos para descobrir, outros, logo nos primeiros anos de vida se percebe. Na maioria das vezes não basta ter uma queda para tal coisa, devemos estudar para desenvolvê-la.
Eu por exemplo nasci para dançar. Ela pra mim é música aos ouvidos de quem ouvi. Na verdade uma faz parte da outra, complemento entende? A expressão corporal e as batidas dos instrumentos se mesclam ao ritmo de meu coração, não há um só que não consiga acompanhar.
Aos 7 anos já era admirada. Dançava em casas, palcos de cinema; era um show. As pessoas escolhiam músicas, ritmos, queriam entender aqueles movimentos tão facilmente dominados por mim.
Faziam filas, marcavam hora. Aulas de salão. “Prodígio?”, perguntavam. Talvez não, cada um deve procurar sua vocação. Eu encontrei a minha.
Loirinha, magrinha, mas rebolava um samba como ninguém, poderia ter sido “Mulata do Sargentele”, ou melhor, “Loirinha do Sargentele”. “Nunca vi branco sambar assim”, é o que diziam. Fui convidada para sair nas escolas do Rio, não fui claro, mas, nas da minha pequena cidade, fui sem pensar.
Rainha do carnaval! Quase aceitei participar do concurso, mas acabei ensinando o segredo a uma irmã, ela foi em meu lugar. Vencedora!
Em bailes era disputada. Ouvi muitos dizerem, “onde está o controle, tira a pilha dela”. Todos queriam sentir o sabor daqueles pés de valsa.
Em festas típicas, parecia contratada, era dança espanhola, rock, lenta, pagode, rumba. Batiam palmas, me convidavam para me apresentar em frente ás mesas. Meu namorado, agora marido, ficava bravo, ciúmes, mas quem conseguia me segurar, estava no sangue.
Assim passei grande parte da minha vida, dançando, literalmente, mexendo e remexendo. Ginástica rítmica, jazz, aeróbica, anos de academia, tudo que sacudia, eu estava lá.
Os anos se passaram, e a natureza não perdoa, envelhece, suga suas forças. Me exercito até hoje, com moderação, mas descobri um meio de continuar com meu dom sem perder o embalo. Faço agora o que chamo de a “dança das letras”. Acredito que muitas vezes uma vocação puxa a outra. Escrevo com a mesma satisfação que outrora dedicava a minha maior paixão. Só não consegui bailar o que para mim é indescritível, o balé clássico. Lago dos Cisnes, sem palavras!
No entanto ao me entregar às “letras”, tirei do coração essa mágoa. Escrevo crônicas como podem ver. E agora pertenço a esse “corpo de balé”, porque hoje “elas” são a minha dança clássica, minha satisfação, minha nova paixão. Descubra a sua!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

O Sexto Sentido

Visão, audição, olfato, paladar, tato. Esses são os cinco sentidos do ser humano. Em ordem de importância, em minha opinião.
Visão. O mais belo. Além de com ele contemplarmos tudo a nossa volta, ele ainda tem um outro significado. O de enxergar além. O subjetivo, que não tem matéria, o saber.
Audição. É a percepção do mundo ao nosso redor, é diferenciar sons, é se extasiar com a música, é ouvir um filho dizer, papai, mamãe. Sem ele viveríamos num vácuo, como perdidos no espaço.
Olfato. É cheiro, aroma. Flores, comida. É acariciar o corpo com fragrância.
Paladar. É um sentido, eu diria: gostoso. É deliciar, alimentar com prazer.
Tato. É distinguir a matéria, é toque, afago. É o que faz o cego enxergar, voltar ao primeiro.
Agora vem o que chamo de o sexto sentido:
Sentimento. Vem de dentro, do coração. Com ele expressamos amor e ódio. Almas gêmeas, direções opostas.
O amor constrói, uni, edifica. É amizade, doação. Do outro, entende-se o contrário.
Devíamos fazer uso apenas de um lado desse último “sentido”. Se usarmos e abusarmos dele, com certeza abafará o outro.
É para ele e por ele que fomos criados, que nascemos. O maior de todos: o amor.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

O Jardineiro


As cores e os vários tons do verde saem das sombras devagar com o raiar do sol. Ao se encantar com isso, ele conversa com as plantas: “É preciso podar você legustinho. Tudo bem cheflera não dá pra te esquecer. Ah! Dessa areca, tirar os lagartos. Molhar mais as samambaias. Hum! Fazer um desenho com seus ramos, Sr. ficos”. Passeia, olha, continua a prosear: “está uma beleza. Vejo que ao brilhar, esses pingos parecem de ouro. Vou te cuidar. Opa! Pois não Sr. cróton. Sim, sei. Serão tiradas as folhas que já perderam o viço”. Então nota que uma gota de orvalho pesa a pétala aveludada da rosa vermelha e respinga o chão. Faz-lhe um carinho encantado com a beleza que tão suave perfume exala. Viaja na imaginação: “é como um paraíso florido e merecedor”. Passa horas a olhá-las.
Caminha. Vê a grama respingada do sereno, que acorda espreguiçando umas nas outras incomodadas com as formigas. Essas que lhes fazem cócegas ao trabalhar. Fala com elas, “bem talvez precise te aparar, calma! Será com o carinho que merece”.
Senta à beira da piscina admirando o balouçar dos galhos com a brisa da manhã. Pra lá, pra cá.
Se orgulha do jardim que enfeita e dá vida à casa.
Um barulho o desperta do momento mágico. “Olá”, diz a empregada ao chegar para o serviço. “O Sr. precisa de algo? “Não, obrigado”, responde ele. Olha para o relógio: “Já é hora, preciso trabalhar”. Levanta. Escuta: “Bom dia Sr. Generoso, quando acabar, bata o portão ao sair”. Fala a madame deixando a casa.
Ele vai até a bicicleta, pega as ferramentas e começa a jornada. É a realidade.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

MICHAEL JACKSON


A poucos dias de retornar aos palcos para sua nova temporada, Michael Jackson sai de cena. Na verdade não sei se ele desceu do palco ou voltou de vez. Longe dos holofotes há alguns anos, preparava-se para ser, de novo, o centro das atenções. Mas não podemos dizer que o destino não quis assim, (ele também deu uma mãozinha). Com sua morte anunciada, a comoção foi geral, e o mundo virou seus olhos para ele; o cantor, o dançarino, o cara que fez da música seu meio de comunicação, protestos, reivindicações e união de negros e brancos. O “POP”, sua marca, revolucionou gerações, fê-lo até ser chamado rei.
Pop star excêntrico, era amigo de todas as celebridades, não seguia nenhum padrão, regras? Só as próprias. Todos o queriam. Foi casado, separou, fez filhos, ou; fizeram para ele! Não importa, foi pai para eles.
Aos 50 anos, MJ deixa seu legado cheio de controvérsia, como se, “falem bem, falem mal, mas falem de mim”, é o que todos fazem. Realmente foi polêmico. Amado, talvez odiado; mas gente, ele foi só um homem, ou melhor, uma criança gritando ao mundo “quero colo”, que teimava não crescer. Neverland. E como todo ser humano, com erros e acertos; mas ouso dizer, mais acertos! Ele com certeza enfeitou a terra com sua arte, sua várias “faces”, loucuras a parte.
Do “Jackson Five” só lhe restou traumas, assim o Jackson, “son” que deu certo. “Ben” 1972 ainda uma criança, “Thriller” 1982 seu auge, o álbum que deu início a “Jacksonmania”, todos queriam dançar como ele, vestir como ele. Com seu próprio estilo de dançar levou seu público a loucura com o “moonwalk”. “Bad” 1987 , “Invincible” 2001 mundo afora mas já estava muito mudado e cheio de manias. E aí só esquisitices como qualquer gênio já vivido nessa terra.
Hoje, deixa seus fãs, sua “família”, seus “filhos” e o mundo da música meio órfãos com sua breve retirada. Para ele não tem volta, para nós tudo que realizou; ele é inesquecível mesmo. Esperei seu enterro para falar dele, precisava ter certeza, vai que “Michael Jackson não morreu”! Mas como uma estrela que morre seu brilho ainda continuará por um longo tempo entre nós.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

A dona de Casa


É noite. Ela cansada do trabalho doméstico, faz o jantar, após o que coloca os filhos para dormir sem prestar-lhes muita atenção.
Mais tarde seu marido chega. Bêbado como conseqüência de um “happy hour” com os amigos, após o trabalho valorizado e remunerado, entra e praticamente sem olhar para ela diz: “boa noite”. Toma um banho, vai para cama descansar e logo já está roncando.
Então, desiludida, ao trancar a casa, olha longamente a lua pela janela e suspira fundo.
Cansada da rotina do dia, como sempre estafante, sem valor e muito menos remunerado, fica sonhando acordada à espera de um milagre! Seu pensamento voa .... “Olá!!! Dona Maria!!! Ficamos sabendo que a Sra. é muito eficaz, inteligente e viemos
conferir. Uau! Que casa limpa e arrumada! Louças e roupas em ordem. Que crianças bem cuidadas. Parabéns!
E agora que já constatamos isso, queríamos convidá-la para trabalhar em nossa empresa. É muito eficaz para cuidar apenas de casa e de crianças”.
“Conosco ganhará bastante dinheiro”, continuam eles, “viajará, será reconhecida, irá bem arrumada a grandes festas, todos a elogiarão e ...”.
Em meio a seus devaneios de querer ser o que não era, escuta um choro. É seu filho. Olha para o marido que ressonando se vira para o outro lado. Levanta rapidamente e vai cuidar da criança carinhosamente até que lhe passe a dor e a febre. Acordado e melhor o menino a abraça e diz: “obrigado mamãe, eu te amo”. Torna a dormir.
Volta para a cama lembrando de seus sonhos loucos e pensa, “meu Deus, e se eu não tivesse aqui!!!
O dia está quase amanhecendo, dorme um pouquinho e logo levanta preocupada com o filho. Vai até seu quarto e vê que ele dorme serenamente. Verifica os outros. Estão todos bem.
Vai até a cozinha, abre a janela e seu rosto é acariciado pela brisa fresca e iluminado pelos raios do sol que já desponta.
Está feliz por estar ali.
Faz um bolo, arruma a mesa e vai até seu quarto. Acorda o marido com um beijo e diz: “Bom dia meu bem, está na hora de trabalharmos”. Ele a olha sem entender, levanta e vê uma linda mesa de café da manhã. “O que aconteceu com você esta noite?” Ironiza ele. “Viu passarinho verde?”
Sem se abalar ela responde: “Melhor que isso, descobri esta noite que sou útil, importante e de grande valor para a sociedade. Sei agora que só o amor une e forma elos na família, e se cada “dona de casa” formar o seu, faremos uma grande corrente de amor”.
Ela pára, olha para ele calmamente e diz: “Vem comigo. Dê-me a mão para formarmos o nosso elo e iniciarmos essa corrente. Só então faremos deste mundo um lugar melhor”.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Vacine-se, é de Graça

Gripe suína, gripe A; estamos vivendo hoje, ano de 2009, dentre muitos problemas, essa epidemia, ou melhor, essa pandemia, que é a disseminação no mundo inteiro dessa Influenza A (H1N1) que vem matado crianças, jovens por todo lado, e se não for criada logo a vacina ela progressiva e indiscriminadamente matará milhões de pessoas mundo afora.
A vacina contra essa doença ainda não foi criada, bem sabemos, portanto, baseada nessa trajetória, que ainda de pequena proporção, mas que pode se tornar enorme, que um jovem da minha igreja fez uma pregação com esse título e agora eu repasso a vocês.
Infelizmente essa dose não está pronta e não chegará a tempo para muitas pessoas, mas então o que quer dizer esse título? O mundo está aí, a vida está aí, mostrando a confusão em que nos metemos; terremotos, tsunamis, doenças, violência; falta de amor! O caos, se ainda não; já está se instalando, é triste constatar, mas é iminente o fim de tudo. Não cuidamos devidamente de nada; do convívio entre nós mesmos, nem do convívio com essa terra que nos recebeu de braços abertos nos acolhendo com sua fertilidade, abundância de alimentos e maravilhas; é só parar e olhar a nossa volta. E o nosso criador, nosso Deus e Senhor, não por vontade própria, já sabia de tudo, e mesmo nos deixando escrito; não nos intimidamos, não aprendemos a lição, fomos em frente com nossa destruição e estamos tornando nosso planeta inabitável. É, ele está reclamando, gritando alto. Sofre ele, sofremos nós!
E agora caro leitor que as escrituras estão se cumprindo, o que nos resta? Nos resta procurar saber, em meio toda essa revolta proclamada, onde está nossa salvação. Não tem outra solução, meus queridos, devemos reagir e procurar a única vacina que está e sempre esteve disponível contra todo esse mal, Jesus.