segunda-feira, 21 de setembro de 2009

O Jardineiro


As cores e os vários tons do verde saem das sombras devagar com o raiar do sol. Ao se encantar com isso, ele conversa com as plantas: “É preciso podar você legustinho. Tudo bem cheflera não dá pra te esquecer. Ah! Dessa areca, tirar os lagartos. Molhar mais as samambaias. Hum! Fazer um desenho com seus ramos, Sr. ficos”. Passeia, olha, continua a prosear: “está uma beleza. Vejo que ao brilhar, esses pingos parecem de ouro. Vou te cuidar. Opa! Pois não Sr. cróton. Sim, sei. Serão tiradas as folhas que já perderam o viço”. Então nota que uma gota de orvalho pesa a pétala aveludada da rosa vermelha e respinga o chão. Faz-lhe um carinho encantado com a beleza que tão suave perfume exala. Viaja na imaginação: “é como um paraíso florido e merecedor”. Passa horas a olhá-las.
Caminha. Vê a grama respingada do sereno, que acorda espreguiçando umas nas outras incomodadas com as formigas. Essas que lhes fazem cócegas ao trabalhar. Fala com elas, “bem talvez precise te aparar, calma! Será com o carinho que merece”.
Senta à beira da piscina admirando o balouçar dos galhos com a brisa da manhã. Pra lá, pra cá.
Se orgulha do jardim que enfeita e dá vida à casa.
Um barulho o desperta do momento mágico. “Olá”, diz a empregada ao chegar para o serviço. “O Sr. precisa de algo? “Não, obrigado”, responde ele. Olha para o relógio: “Já é hora, preciso trabalhar”. Levanta. Escuta: “Bom dia Sr. Generoso, quando acabar, bata o portão ao sair”. Fala a madame deixando a casa.
Ele vai até a bicicleta, pega as ferramentas e começa a jornada. É a realidade.

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