terça-feira, 22 de junho de 2010

Pintas de Chocolate


Meu filho caçula sempre me perguntava por que eu tinha, e ainda as tenho, tantas pintas. Branquinha e toda pintada resolvi lhe contar:
Minha mãe estava grávida de mim, sentiu-se mal no sétimo mês. Ninguém estava preparado, foi um corre-corre, inclusive no céu.
É, por que não sei se você sabe, disse eu completando a história, quando vamos nascer, uma cegonha nos trás de lá embrulhados num pano branco, dependurados em seu bico. Mas também lá estavam desprevenidos, e eu ainda estava no caldeirão de leite, por ser branca; os negros vêm do de chocolate.
E ele com os olhinhos arregalados perguntou: “é mesmo?”. E eu, é verdade. E continuei, então apavorados com a pressa me deixaram cair no caldeirão de chocolate, me puxaram rapidinho, foi tarde, fiquei toda manchada. E isso.
“Ah! Não estou acreditando!” Disse ele, “também sou cheio de pintas e não me lembro de nada disso”. Hora rapazinho, é que as mulheres têm uma memória melhor para bobeiras, disse eu . “Então é tudo mentira?” Perguntou ele.
Não sei, só sei que nasci mesmo de 7 meses e tirei minhas conclusões. No resto fica a seu critério, se acredita ou não. Saí sorrindo deixando-o absorto em seus pensamentos.

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