sexta-feira, 23 de abril de 2010

João Hélio


Já era noite. Ele que tinha 6 anos, apenas 6 anos de idade, sentado no banco de trás do carro, parava num semáforo, dia qualquer, noite qualquer, rotina qualquer, não com uma família qualquer, mas com a sua que o amava, e sonhava com ele.
Luz vermelha. Por obediência sua mãe que estava na direção, pára. Mas por desobediência às leis terrenas e as de Deus, bandidos rendem os 4 passageiros do veículo, três adultos estarrecidos saem do carro, João Hélio, uma criança , quase um bebê recém saído das fraldas não consegui soltar o cinto de segurança; desesperadamente a mãe tenta desatar o filho das garras daquele cinto que naquele momento eram as mãos de bandidos desalmados e sem coração. Não consegui.
O carro sai em disparada, acelerando e numa corrida desabalada e sem compaixão com o garoto atado ao cinto e sendo arrastado pelo seu “laço de morte” ruas afora. Sua mãe pede para que seus olhos a enganem!
À medida que o veículo distanciava viam-se os sonhos e os planos daquela criança, com certeza de futuro, se espalhar pelo asfalto. Massa encefálica, neurônios que talvez fizesse o futuro de alguém, quem sabe até de um dos próprios filhos dos meliantes. Braços, pernas atiradas para todos os lados como se fora um boneco de pano.
Avisados por um motoqueiro pensando ser um trágico acidente, foi ameaçado! Revolveres em punho.
Deus tenha misericórdia desse mundo imundo!
Rastros de sangue, marcas da brutalidade cometida por “rapazes” a um garotinho inocente, ficaram pelos 7 quilômetros e 4 bairros de uma cidade que de linda por natureza se tornou desprovida de alma pela violência .
Ceifado, privado de sua vida, João Hélio se foi. E seus carrascos? Terão direito à vida? Quem decidirá? A sociedade? A justiça? E quanto à atrocidade que cometeram?
Levanta-te Brasil, levanta-te Rio, acordem ou serás uma fábrica de bandidos. Um país, uma cidade, inferno no paraíso.

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