quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Linha Amarela


De férias, na cidade maravilhosa, Rio de janeiro, que realmente deve-se concordar, ela é maravilhosa mesmo, uma obra de arte da natureza de Deus, estávamos meu marido, meus dois filhos e eu. Praias com suas águas geladas e de cor, ou melhor, furta-cor, hora azul, ora verde, ora cinza. Areias sem igual, finíssimas e clarinhas, parece só sal, mas é ela que se mistura com ele, é um espetáculo de lugar. Visito lá há anos e sempre que sobra tempo damos uma de turistas. O Cristo Redentor no Corcovado, Pão de Açúcar, a geografia favorece, é uma beleza.
Ao longo dos dias de diversão e deslumbramento, passeamos, visitamos, comemos, assistimos e nesse vai e vem atravessamos a cidade pra lá e pra cá. Saindo de um shopping após o almoço ouvíamos música gospel pelo rádio do carro, uma Scênic Renaut preta. Na verdade eu não canto, eu louvo ao Senhor. Linha amarela, na nossa, a caminho do hotel.
Sem que percebêssemos algo estranho à nossa volta, um homem com um Ford Tempra vinho começou a nos seguir, fazer sinal para pararmos. Não entendendo, continuamos nosso caminho. Ele, então, emparelhou seu veiculo com o nosso e gritou para pararmos. Nervosos e confusos; olhamos uns para os outros indecisos. Ele acelerou e tomou nossa dianteira nos impedindo de prosseguir. Forçados, estacionamos numa saída para bairros atrás dele, ele saiu do carro aos berros; era um homem grande, moreno, de sobretudo, nos acusando de ter batido em seu Tempra. Mesmo com a nossa negativa, ele insistia no acidente. Era meu marido quem dirigia, mas eu interpelei o homem curvando-me na janela tentando o acalmar argüindo que se tivéssemos batido no carro dele também teríamos avarias no nosso. O sujeito então, meio que rejeitando, deu a volta inteira olhando nosso carro por fora. Não encontrou nada. Não adiantou! Ele queria um culpado. Seu veículo estava amassado e nós, mesmo sem o ser, éramos culpados! A conversa foi esquentando, e de novo ele mandava que saíssemos para fora, foi se exaltando. Não aceitamos, estávamos muitos assustados e com medo. Pensei que ele tiraria uma arma do casacão tanto era sua agressividade.
“Senhor; estou aqui agora diante de Ti expondo minhas súplicas e agonia, socorre-nos Senhor, mande que Seus anjos derramem Sua paz sobre nós e sobretudo nesse homem ao qual insiste, erroneamente em nos acusar de lhe perturbar, eu lhe peço Pai, em nome de Jesus; não temos mais tempo”. Foi minha oração entregando nossas vidas nas mãos de Deus, pois lá fora o indivíduo enfurecido não arredava pé em nos acusar.
Foi sobrenatural, após meu “amém”, como se tira com a mão, a raiva da cara do moço se esvaiu e posso dizer até que ele estava sereno. Aquela pessoa que nos agredia há poucos minutos, pedia desculpas dizendo não saber o que havia acontecido com ele. Abotoou seu paletó, era julho, se dirigiu para seu carro e saiu subindo na contramão um viaduto cantando pneu, admirei e ainda pedi, Senhor proteja-o.
Nós, os quatro, nos entreolhamos aliviados e exaltamos a soberania do nosso Deus.

Nenhum comentário:

Postar um comentário