terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Felicidade

Felicidade era uma amiga muito querida, ainda criança nos conhecemos. Nos divertíamos, brincávamos, dávamos muitas risadas; infância de parceria.
À medida que fui crescendo, a adolescência chegando, a percebi mais distante, mais arredia. Nem sempre estava comigo. “Acho que arrumou outra amiga”, pensava. Nos encontrávamos de propósito, mas também por acaso; e era tão bom, apesar da distancia em que vivíamos.
Sentia falta dela, mas o tempo começou a passar tão depressa que às vezes nem lembrava que existia. Coisas a fazer, problemas a resolver, hormônios a cuidar.
Ao me tornar adulta a via com um, com outra; raramente vinha me visitar. Certa vez a vi com umas mulheres de sorrisos largos e fartos, acreditem, nem sequer me cumprimentou.
Passaram dias, noites, semanas, com o tempo nos encontrávamos esporadicamente. A tristeza foi tomando conta de mim, estrangulando meu coração, até que não a vi mais. Não a minha volta ou em minha casa, só notícia de quem a conhecia. Os amigos o notaram. Eu estava em depressão!
E todos, como num mutirão de solidariedade procuravam-na pra mim. No céu, na terra, no mar; perto, longe, todos perguntavam, “onde está Felicidade? Precisamos dela com urgência!”.
Um vai e volta de pessoas a buscar, a me ajudar, mas nem sombra dela, “onde está Felicidade!”.
E eu, tentando esquece-la, vivia a procurar um modo de viver sem ela, me conformar sem sua companhia; vinha a resposta da mente e coração, “não dá!”.
Revirei tudo; praças, shoppings, cinemas, restaurantes, tudo eu fazia e só dizia, “lá ela não está”.
Cheguei a uma mórbida conclusão, ela morrera. “Devo sepulta-la”, pensei, “e viver acabrunhada sem sua alegria, seu amor? Opa! Amor? Essa palavra pode me ajudar!” Olhei para cima e falei com Deus, “Senhor, pelo amor que sinto por Ti, ajude-me”.
Num instante mágico e inexplicável gritei bem alto, “eu tenho a força!” E me espantei comigo mesma dando risada. Era ela, é, a felicidade que explodia dentro de mim, ela esta lá, sufocada, apertada num canto, afogando num mar de lágrimas, eu não a deixava sair. Dei-lhe liberdade total. Hoje somos grandes amigas de novo.

3 comentários:

  1. Parabéns pela linda crônica! Que Deus continue lhe dando sabedoria e entendimento que vem do alto. Você é especial, use o seu dom, e Deus te levará a lugares inimagináveis; lugares que poucos conhecem; você percorrerá os caminhos do seu próprio coração, discernindo através da Palavra de Deus tudo o que será escrito.
    Escreva sua história, assim como escrevo a minha,entregando a caneta na mão de Deus!
    Sucesso é o que lhe desejo neste blog.

    Abraços.


    Tiago Costa

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  2. Oi Dê,

    adorei sua crônica, e adorei também este espaço!!! Te desejo muito sucesso neste novo espaço para a divulgação deste trabalho tão bonito...

    Com certeza vamos acompanhá-lo sempre...

    Um beijão pra você...

    Maurício Santos

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  3. Oi Deni,

    Gostei muito mesmo!Parabens!Muito linda Flor de Estufa, apesar de ser sobre uma triste realidade,a nostalgia de uma espeerança nao vivida, deixou sublime.Deus te abençoe. Beijao Ana

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