Completo hoje, 35 anos de idade, a visita do meu querido médico me deixou nostálgico. Tratamento em casa, doença rara, não posso me movimentar muito, meus ossos se quebram facilmente, basta uma quedazinha e eles se partem, às vezes em vários pedaços, desconsolador.
Ele, foi sincero comigo: “você tem pouco tempo de vida, agradeça a sua mãe por estar vivo até hoje”, e se foi. Eles são assim mesmo, lidam com doentes o dia todo.
A nostalgia que estou sentindo é diferente da de outras pessoas. Tenho saudades das coisas que não fiz, ou melhor, das que não me deixaram fazer.
Ah! Quisera eu ter caminhado na areia da praia, enfrentado bravamente as ondas do mar, sentido a brisa, o sol no rosto, jogado futebol, ido ao cinema, andado de bicicleta. “Você não pode meu filho, é perigoso”, dizia minha mãe. Proteção, amor materno, não posso recriminar.
Quisera eu ter namorado, beijado na boca, abraçado sem medo de me trincar. Mas assim vivi a infância, juventude e estou vivendo o pouco da fase de adulto que me resta, preso.
Quisera eu viver menos, 20 anos talvez, mas ter andado a cavalo, corrido, até quebrar todos os ossos do meu corpo, mesmo assim a dor seria menor da que sinto agora.
Logo deixarei esse mundo, mundo esse que assisti como mero espectador, da janela de meu quarto, ele girar, ficar claro, escuro, chover, ventar, crianças brincar, jovens paquerar, adultos trabalhar. Tudo isso para um pouquinho mais durar.
Na ânsia de me ter por mais tempo fui privado de experimentar, de sentir o sabor de viver; mesmo que perigosamente.
Como flor de estufa fui criado. Preferia ter sido queimado como ela, se exposta ao sol, mas ter momentos para me lembrar, me extasiar antes de partir na viagem sem volta.
Agora é tarde, estou murchando, fraco, descalcificado, sei que não posso, mas se me fosse permitido voltar no tempo viveria menos cronologicamente e mais especificamente.
Ele, foi sincero comigo: “você tem pouco tempo de vida, agradeça a sua mãe por estar vivo até hoje”, e se foi. Eles são assim mesmo, lidam com doentes o dia todo.
A nostalgia que estou sentindo é diferente da de outras pessoas. Tenho saudades das coisas que não fiz, ou melhor, das que não me deixaram fazer.
Ah! Quisera eu ter caminhado na areia da praia, enfrentado bravamente as ondas do mar, sentido a brisa, o sol no rosto, jogado futebol, ido ao cinema, andado de bicicleta. “Você não pode meu filho, é perigoso”, dizia minha mãe. Proteção, amor materno, não posso recriminar.
Quisera eu ter namorado, beijado na boca, abraçado sem medo de me trincar. Mas assim vivi a infância, juventude e estou vivendo o pouco da fase de adulto que me resta, preso.
Quisera eu viver menos, 20 anos talvez, mas ter andado a cavalo, corrido, até quebrar todos os ossos do meu corpo, mesmo assim a dor seria menor da que sinto agora.
Logo deixarei esse mundo, mundo esse que assisti como mero espectador, da janela de meu quarto, ele girar, ficar claro, escuro, chover, ventar, crianças brincar, jovens paquerar, adultos trabalhar. Tudo isso para um pouquinho mais durar.
Na ânsia de me ter por mais tempo fui privado de experimentar, de sentir o sabor de viver; mesmo que perigosamente.
Como flor de estufa fui criado. Preferia ter sido queimado como ela, se exposta ao sol, mas ter momentos para me lembrar, me extasiar antes de partir na viagem sem volta.
Agora é tarde, estou murchando, fraco, descalcificado, sei que não posso, mas se me fosse permitido voltar no tempo viveria menos cronologicamente e mais especificamente.
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