quarta-feira, 26 de agosto de 2009

O Jardim das Rosas


Eu morava ali, bem em frente a ele. Lindo, bem cuidado, sempre podado. Trazia encanto e beleza ao redor das passarelas. Eram rosas, apenas rosas, de todas as cores.
Crianças e adultos se deliciavam de tão doce e suave perfume. Suas pétalas vermelhas, brancas, amarelas, eram como veludo a desabrochar.
Sr. João. Há! Sr. João. Idoso, viúvo, lembro-me bem dele. Vinha todos os dias visitá-las. Tinha seu lugar. Num banco, sozinho, afastado. Sempre pronto a lhes cuidar. Mas com uma rosa, rosa pareciam conversar.
A seu lado um vazio, um vento frio e sem alma. Espaço que outrora sua amada vinha ocupar.
Jardineiro, apaixonado, esse jardim ajudara a formar. E sua rosa, rosa, ainda a cultivar.
Ele as olhava, acariciava, mas aquela era especial. Morria, renascia. Proteção total.
Com andar triste ali chegava, logo se iluminava. Horas de chamego e companhia.
Curiosa, o vi se afastar. Fui lá para de perto pesquisar. Radiante, ofuscante, ela era de se admirar. Amigos, eram como um par. Ansiosa a lhe esperar.
Idade avançada, a morte chegou. Sr. João partiu, e ela ali deixou.
Com pesar fui para lhe arrancar. Em seu leito a deitar.
Para meu espanto ao invés de 1, 2 rosas estavam a brotar.
Floresceram juntos. Ele voltara para seu lar.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

África dos meus Sonhos

Continente exuberante. De grandes civilizações. Inteligentes, desenvolvidos. Egito. Faraós, Cleópatra. Rio Nilo, rio abundante. Desertos, Saara. Beleza, oásis. Montes grandiosos. De monumentos, antiguidades magníficas. Enorme.
Com fauna exclusiva, savanas, flora primitiva. Solo rico. Hoje, povo pobre. Rico em etnias com má distribuição, pouca exploração. Guerras, conflitos, fome, doenças.
Como nos desertos. Calor de dia, frio à noite. Hoje diferente. Muitos países. Saturação. Excesso de população.
Um dia na escravidão, vendidos a revelia, povo bonito, forte, maioria negra. Mandela. Nomes que procuraram solução.
Mas miséria, desolação, devastação, toma conta dessa imensidão. Mulheres enfeitadas por cima da pele, sofridas pela má situação. Crianças morrendo de inanição.
Andam de um lado a outro. Migração. Nômades à procura de uma razão. Muçulmanos, cristãos. À espera de salvação.
Quizera Deus que voltasse a potência de outrora. Se fazer valer da grandeza de ser chamada: “África, o berço da humanidade”.

sábado, 15 de agosto de 2009

Ser e Estar


Poucas coisas nesse mundo têm a benção de “ser”. Por quê? Por que tudo é passageiro, e a maioria das coisas que pensamos que “são”, deixarão de “ser” tão logo o tempo passe. Por exemplo: “minha casa “é” nova”, daqui algum tempo, ela deixará de “ser”, então na verdade ela “está” nova. O estado de “ser” é uma expressão permanente, e “estar” dá idéia de transitório. “Como você é bonita”, ou “como você está bonita”. Se você é bonita, é a toda hora, e se você está é porque não está a toda hora! Uma fruta está verde hoje, madura amanhã. Plantamos uma semente, ela logo se transformará em árvore, que vai envelhecer e morrer. E por aí vai; um carro novo, sucata; roupa nova, velha.....
Em objeção ao mundo físico, o subjetivo chega a “ser” mais do que “está”, mas nem tanto, hoje estou apaixonado, amanhã posso não estar, em contra partida, “àquele grupo musical “é” bom e vai continuar, mas vamos combinar, são poucas as coisas da vida que têm a condição de “ser”.
Mas porque estou falando tudo isso! Eu tenho dois filhos, hoje estão jovens; porque “estão”, porque não o serão sempre, como uma dia foram bebês, crianças, adolescentes e o deixaram de ser. Eu nunca deixei que eles se esquecessem disso.
Na fase da adolescência e juventude surgem muitos problemas por causa desse quesito, “ser e estar”. Fase esta em que se acredita ter o poder, achando ser onipresente, onisciente, onipotente; então podem estar em todos os lugares ao mesmo tempo, sabem tudo e podem tudo, com isso enfrentam tudo, e muitos morrem por esse “tudo”. Só quando tivermos total consciência do “ser e estar” é que vamos realmente entender e mudar o nosso e o futuro dos que “estão “ hoje na condição de adolescentes, jovens. Podemos e devemos sim viver o presente, mas com discernimento e sabedoria de enxergar o que vem pela frente, a condição de estar adolescente e jovem passa mais rápida do que se imagina, é a mais efêmera e perigosa delas. Por isso nós que já passamos por elas, é, acreditem, nós também já fomos jovens, inacreditável para vocês não é? Pois é esse é um dos maiores problemas vocês acham que só vocês o “são”, aliás, nem o “são, “estão” e isso vai passar para vocês também, como passou para nós e espera-se mais respeito e obediência com os que já viveram essa época linda mas desajustada se não observada de perto. Viu pais!
Sobretudo queremos que vocês que acha que “são” hoje, “estejam” amanhã, mesmo que velhos, mas sem sucumbirem à fantasia de “ser”.
Só Deus pode verdadeiramente “SER”, nós só estamos, em estado e de passagem por aqui.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Anti - Horário


Num fim de semana de, quero ficar em casa, refletir, descansar o corpo e a mente; assisti a um filme mega interessante. Um relógio bem grande fora construído para contar horas numa estação de trem inaugurada por volta de 1918, só que seu construtor o colocou para trabalhar ao contrário, portanto no sentido anti-horário, é, como se o tempo retrocedesse e não contasse para frente. Aquilo mexeu com meus já declarados devaneios daquele fim de semana. Foi então que perguntei ao meu marido, “se lhe fosse oferecido, agora, voltar 20 anos de sua vida, assim, apenas você, ficar mais jovem e começar tudo de novo, você e suas escolhas, o que faria...
Na verdade não foi assim que aconteceu no filme, mas me arremeti em pensamento nessa aventura, utópica, claro! Eh! É intrigante, até tentador, eu diria neh! Mas você meu caro leitor, cá “entre nós”, o quanto acertada está sua vida a ponto de aceitar uma proposta dessas! Todos temos encontros e desencontros, isso é certo, mas vamos lá! Pense em sua relação com seus familiares, no trabalho, saúde, enfim, em tudo que engloba sua vida e em tudo que já conquistou até agora; mesmo que não estivesse com “esse” tudo em cima, arriscaria tudo para ser jovem outra vez? No que isso implicaria! Agora quero que cada um de vocês se coloque nesse lugar, de 20 anos atrás ou sei lá, depende da idade a que se está. Seus amigos, sua história. Acho que é arriscar demais né? Não tem preço o convívio, o amor a que já se conquistou; cada um de nós tem suas nuances ou, diferenças, não se deve mudar ou discordar de nossa trajetória. Viva o aqui e o agora.
Ah! A resposta do meu marido?
“Não. Meu caminho está traçado ao lado dos que amo”.
Resposta certa!