quarta-feira, 26 de agosto de 2009

O Jardim das Rosas


Eu morava ali, bem em frente a ele. Lindo, bem cuidado, sempre podado. Trazia encanto e beleza ao redor das passarelas. Eram rosas, apenas rosas, de todas as cores.
Crianças e adultos se deliciavam de tão doce e suave perfume. Suas pétalas vermelhas, brancas, amarelas, eram como veludo a desabrochar.
Sr. João. Há! Sr. João. Idoso, viúvo, lembro-me bem dele. Vinha todos os dias visitá-las. Tinha seu lugar. Num banco, sozinho, afastado. Sempre pronto a lhes cuidar. Mas com uma rosa, rosa pareciam conversar.
A seu lado um vazio, um vento frio e sem alma. Espaço que outrora sua amada vinha ocupar.
Jardineiro, apaixonado, esse jardim ajudara a formar. E sua rosa, rosa, ainda a cultivar.
Ele as olhava, acariciava, mas aquela era especial. Morria, renascia. Proteção total.
Com andar triste ali chegava, logo se iluminava. Horas de chamego e companhia.
Curiosa, o vi se afastar. Fui lá para de perto pesquisar. Radiante, ofuscante, ela era de se admirar. Amigos, eram como um par. Ansiosa a lhe esperar.
Idade avançada, a morte chegou. Sr. João partiu, e ela ali deixou.
Com pesar fui para lhe arrancar. Em seu leito a deitar.
Para meu espanto ao invés de 1, 2 rosas estavam a brotar.
Floresceram juntos. Ele voltara para seu lar.

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