sábado, 21 de fevereiro de 2009

No mundo das Nuvens


Tarde ensolarada, descansava na grama de meu jardim. Percebi nuvens se movimentando no céu. Deitei. De frente para elas, houve comunicação. Desenhos, figuras, letras, constataram esse elo. “Seria pra mim?” Pensei, “só podia ser, só estávamos nós”, uma infinidade azul com manchas brancas se mexendo, se transformando a cada instante, e eu.
Animais, rostos, palavras. Tudo em simbiose com meus pensamentos. De repente, uma fruta. “Será que estou com fome?” De novo. “Vem de mim, de dentro de mim? Ou elas contatando?”. Só sei que era maravilhosa aquela transmissão de mente e imagens.
Ficamos muito tempo ali. A escuridão já queria se fazer. Conversamos, trocamos idéia. Viajei, imaginei. Exigi. Foi sem querer! Tarde demais! Pedi perdão. Só quis viver no mundo das nuvens. Sem tristeza, sem sofrimento.
“Fuga”. Ela disse, “seu mundo é aí, real, os sonhos devem ser realizados nele, não fora”.
Em sinal de zanga, se juntaram, ficaram escuras. Caiu uma tempestade. “Meus sonhos foram por água abaixo”, pensei. Então entendi, elas caíram e se juntaram a mim.
Deliciei-me, me molhei. Compreendi. Os sonhos não se vão, são transformados em realidade.

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